Segue
transcrição de texto publicado no Blog do Capitão Lenilton Morato, da turma de
2002 da AMAN, do curso de cavalaria. O referido oficial está cursando a EsAO no
presente ano.
Após a
publicação do texto na internet, o oficial foi alvo de Apuração de Transgressão
Disciplinar, sendo punido ao término.
Gado fardado
Na cultura e
na tradição gaúcha, existem dois eventos que são muito comemorados nas
estâncias (fazendas): a marcação e a castração do gado.
No primeiro,
o ferro em brasa com as iniciais do dono do rebanho queima o couro da rês para
que todos saibam a quem ela pertence.
No segundo,
retiram-se os culhões dos touros, que passam a ser chamados de bois, com o
objetivo de torná-los mais mansos e de engorda mais rápida, preparando-os para
o abate. Os indivíduos que possuem características de boa performance e
genética são poupados da castração para que se tornem reprodutores, garantindo
ao proprietário melhores exemplares para o abate.
Dentro da sistemática
da esquerda, ocorre algo semelhante. Indivíduos são marcados e castrados com a ideologia
do partido. A marca, entretanto, só é perceptível quando a infeliz criatura
abre a boca para repetir o batido discurso revolucionário, em apoio cego a toda
forma de dominação intelectual, cultural, moral e religiosa. A castração ocorre
quando, ao observar potenciais opositores, a esquerda trata logo de capar as
lideranças, seja através de perseguição ideológica, seja pela utilização de
cargos em estatais para retirar dos opositores a vontade de lutar pelo que
acreditam. Assim, tal qual nas estâncias gaúchas, o gado fica sob controle,
esperando a hora do abate.
Dentro dos quartéis não é diferente. Mesmo antes da chamada
redemocratização, a esquerda foi progressivamente marcando sargentos, oficiais
e comandantes para que abraçassem o seu ideal de "um mundo novo é
possível".
Progressivamente, a geração de militares nascidos e formados
após a retomada do poder pelos partidos políticos foi sendo trabalhada para acreditar
que o passado seria esquecido e que a anistia seria realmente para todos. Como
coelhos, os cidadãos fardados foram caindo na armadilha. Foram marcados em sua
mente, em sua alma para serem apolíticos, sem opinião ideológica formada.
E pouco a pouco foram esquecendo os porquês da necessidade do
movimento de 31 de março de 1964 e seu posterior enrijecimento. Passaram a
acreditar na história contada por aqueles que perderam a batalha militar, mas
venceram a guerra cultural.
Aos poucos oficiais de alta patente que ousaram tentar manter
viva a história daqueles conturbados anos, o partido tratou logo de castrá-los.
Retirando o comando de muitos, enviando para a reserva outros tantos; a regra
do jogo ficou muito clara: aqueles que se posicionarem a favor da Revolução
Democrática de 1964 não poderiam ascender aos postos mais elevados da
hierarquia militar.
E caso já os tivessem galgados, seriam castrados, ou seja,
destituídos de seus grandes comandos e retirados para a inatividade. Assim, foi
sendo minada a resistência militar aos mandos e desmandos da esquerda, ao mesmo
tempo que promoveu-se o acovardamento dos comandantes. A moeda de troca?
Cargos, dinheiros, e uma "boquinha" numa estatal como a Petrobrás ou
a Vale. A esquerda tem, enfim, o seu rebanho fardado.
O ápice, porém não desfecho, deste processo pode ser
observados em duas decisões recentes: a da POUPEX em não mais patrocinar o
periódico INCONFIDÊNCIA e a do Comando do Exército em retirar do calendário, as
comemorações alusivas à Revolução Democrática de 31 de Março de 1964. Além de
não divulgar de maneira clara esta decisão para a tropa, fica evidente o
acovardamento moral de nossas Forças Armadas diante desta manifestação clara de
tentar forjar ainda mais a história.
De olho em seus vencimentos , para não serem ejetados da vida
militar e com possibilidade de arrumar um carguinho nas diversas empresas,
agências, secretarias e ministérios do governo, os comandantes militares deixam
de defender a história de seu país, deixam de lutar pela verdade dos fatos
daqueles anos tão distorcidos pela historiografia oficial da academia.
Cada vez mais rapidamente, as nossas Forças Armadas vão
fazendo parte do grande rebanho esquerdista. São tratados como gados, marcados
e castrados, para depois serem abatidos.
Não levantam a voz em defesa de seus ideais.
Não mexem uma pena para tentar resistir a esta sem-vergonhice
socialista.
Entregam suas almas ao partido.
Quebram o sagrado juramento de lutarem em defesa da HONRA da
Pátria, tão maculada por aqueles que hoje governam o país. Apenas baixam a
cabeça e repetem o mantra: sim senhor (a).
Ignoram completamente que estão sendo vítimas de um processo
que os levará à sua destruição. Em breve, os outrora defensores da democracia e
da liberdade de 1964 serão acusados de torturadores, assassinos e genocidas elos
próprios militares. Estes simplesmente ignoram o mundo a seu redor,
limitando-se à rotina de batalhas fictícias contra um inimigo imaginário,
enquanto o verdadeiro os governa e comanda.
O triste e preocupante é saber que a cada geração de novos
generais a ignorância acerca das forças que atuam no mundo e no Brasil é cada
vez maior. Não conseguem enxergar além daquilo que foram programados, além do
que permite a marca ideológica imposta pela esquerda, mesmo quando eles sequer
se dão conta que a possuem, como gados.
Os que reagem são castrados. Consequentemente, não deixam
novas descendências. E o rebanho segue engordando, cada vez mais pronto para o
abate.
LeniltonMorato
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