COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO 216 de 18 de fevereiro de 2015
Assuntos: O Xadrez Geopolítico, A União e a Desunião
O Xadrez Geopolítico Mundial
Cada
país joga o seu jogo, mas os Grandes players são os EUA e aliados
contra Rússia, enquanto os “peões” servem a um ou outro lado, as vezes
visando seus próprios objetivos.
Num
lance do jogo ainda em 2001, tinha sido decidida pelos EUA uma guerra
contra a Síria para abrir o caminho para o Irã e controlar as reservas
de gás, momentaneamente impedido pela Rússia, a criação do ISIS( Estado
Islamico) afetou as prioridades, sem alterar o objetivo final.
Reconhecendo
o ISIS como um perigo maior do que um governo hostil na Síria, os EUA
realizam alguns ataques aéreos para conter o avanço do ISIS enquanto
equipam oposicionistas “moderados” para os combaterem e posteriormente
derrubar o governo sírio.
O
fanatismo dos combatentes do Estado Islâmico é um câncer e como tal se
alastrará. Não se pode vencê-lo com charges e piadinhas, como não se
extirpa um câncer com aspirinas, somente será contido com uma ação
conjunta da Cristandade, tal como aconteceu nas Cruzadas, mas
aparentemente o Ocidente, como um todo, não se deu conta do perigo
representado pela atratividade de um califado sobre os muçulmanos nem
sobre a superioridade moral sobre um Ocidente hedonista, descrente e
efeminado. Menos ainda se deu conta da diferença da taxa de crescimento
demográfico que ameaça inundar de maometanos quase todos os países ainda
cristãos.
Entretanto,
no momento o embate principal realiza-se na Ucrânia. Enquanto a OTAN
procura se aproximar da fronteira da Rússia e esta tenta afastá-la e
proteger sua minoria naquele país, talvez aproveitando para ampliar seu
território. A Ucrânia alia-se à OTAN para manter sua integridade
territorial e a tentar (missão impossível), dominar a força uma minoria
hostil e reativa. Em curto prazo esse é o único cenário onde um passo em
falso pode desencadear uma guerra mundial.
Na
América Latina, os EUA maquiavelicamente incentivam a derrubada dos
governos hostis, aproveitando a indignação popular com a irrefreável
corrupção e estão, aliás, com habilidade, mais próximos de controlar os
recursos naturais que ainda não controlam. Para isto contam com o
inestimável auxílio dos movimentos indianistas e ambientalistas
orientados pelas suas ONGs.
Enquanto
isto a China, sorrateiramente acumula riqueza, poder, usando com
perfeição os métodos nacionalistas e protecionistas e tende a se
transformar no principal poder mundial.
Quanto
ao nosso País, mesmo sem armamento nuclear é uma peça chave no
hemisfério Sul, mas sem uma vontade unânime acaba por ser conduzido
pelos interesses dos outros. A hostilidade aos EUA do atual Governo não
toca nos pontos importantes que são a atuação das ONGs e o orgulho
nacional que poderia ser criado pelos altivos “desaforos” da Dilma que
ficam anulados pela subserviência dela aos “parceiros” da piada que é a
UNASUL. Para os EUA o importante é evitar o fortalecimento dos laços de
aproximação com os BRICS, não tanto pelo Brasil mas para minar potencial
econômico do bloco. Para a Rússia e China, além dos recursos naturais
interessam desmanchar o tabuleiro geopolítico desenhado pelos EUA desde a
II Guerra, contando com o Brasil como um aliado quase incondicional.
A união faz a força. Já a desunião...
Já
diziam os filósofos gregos que a democracia com corrupção degenera em
demagogia e que isto termina por exigir um governo forte que ponha ordem
na sociedade. A nossa História parece comprovar esta assertiva. Foi só
entregar o poder para os políticos e deu no que está aí.
Sucederam-se
ineptos, traidores e ladrões. Com Sarney teve impulso a compra de votos
e com Collor, mais do que a corrupção avultou a traição à Pátria na
questão ianomâmi, traição que, com FHC tomou um vulto nunca igualado.
Após, com a eleição de indivíduo reconhecidamente inepto e demagogo – o
Lula, a corrupção se espalhou em todas as camadas da classe política e à
sua sucessora, ainda que melhor intencionada, faltou um mínimo de
habilidade; ensaiou uma faxina ética e teve que recuar em nome da
“governabilidade”, ensaiou medidas econômicas nacionalistas e recuou
ante as pressões da oligarquia financeira internacional, mas mesmo
cedendo, aquela oligarquia decretou sua queda.
A
Presidente, além de incompetente, acuada ao extremo nada consegue fazer
além de tentar sobreviver, vendendo até a alma. Por sua história de
guerrilheira não soube pedir o apoio dos militares para que a
garantissem contra as pressões advindas da corrupta politicalha quando
contrariada e das pressões internacionais. Ao contrário, Dilma permitiu
humilhações a eles como a Comissão da ”falsa” Verdade e a colocação de
um inimigo como Ministro da Defesa afastando assim os únicos que
poderiam protegê-la. Na hora em que ela poderia amparar-se no
nacionalismo dos militares faltou-lhe a vontade viril transformadora
inibida por sua história esquerdista. Agora que até a opinião pública a
repudia, está perdida. Ou sofrerá um impeachment ou será neutralizada e
dominada pelas forças que ensaiou combater. Quanto
ao Legislativo, que só pensa em tirar vantagem, o sorvedouro de
recursos é algo estarrecedor. O Poder Judiciário está dobrado e
corrompido em nível medular.
A
saúde economica do País ingressa em um período difícil, em parte pela
inépcia governamental, em parte pela corrupção generalizada, mas
principalmente pela atuação da oligarquia internacional que, atuando
maquiavelicamente no complicado xadrez mundial, cria as condições para
se apropriar do petróleo e outras riquezas, pelas beiradas, de forma a
dificultar uma possível reação. Tenta colocar no governo um novo FHC.
Por
último, mas não por fim, a insegurança no campo e nas cidades, o
acovardamento da população desarmada e ensinada a não resistir prepara a
nação a ceder ante qualquer ameaça, (Guerra de 4ª Geração), que nos
deixa ainda mais vulneráveis do que nossa debilidade militar.
O merecido descrédito político somado a permanente sensação de insegurança,tirou a esperança dos brasileiros. Não
há condições de mudar nada no nosso País. Ninguém sabe de nada,
ninguém quer nada, um autêntico carnaval travestido de Semana Santa . O
Governo, como está, não pode persistir é clara a aspiração de mudança,
mas qual, se dentro da legalidade não se vê nada melhor?
Fosse
somente um problema interno terminaríamos por seguir a teoria do sábio
grego e resolver o problema com um governo forte, mas a orientação
externa é de impedir, a qualquer custo, o surgimento aqui de uma
potência que possa agir com independência e contam com o auxílio de
legiões de compatriotas que, no afã de derrubar um mau governo estão
dispostos a prejudicar o País, o que é uma tolice evidente. Uma
nação pode sobreviver até aos gananciosos, mas terá dificuldade para
superar os danos causados pela tolice aproveitada pelo inimigo externo,
se for grande o número de ingênuos que não visem em primeiro lugar o
interesse nacional.
Estamos em dificuldades reais. Pior ainda, não acreditamos em nós e apreciamos falar mal de nós mesmos.
Ainda o pior de tudo, estamos desunidos. Já se disse que uma casa dividida não se sustenta em pé.
Sem noção
1-
O prefeito Eduardo Paes homenageará com um busto no Rio de Janeiro a
Marco Archer, executado na Indonésia por tráfico de drogas. Diz o
prefeito que “A morte de Marco representa a luta não só do povo carioca por um mundo mais justo, mas sim de todo o povo brasileiro e que essa pessoa contribuiu muito para o progresso da humanidade.
2-
Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República está em Washington, para
falar mal da própria Pátria. Parece que o objetivo é ajudar seus
colegas americanos a ferrar a Petrobras. Janot é o mesmo que ao
discursar na abertura do ano legislativo se referiu à revisão da lei da
anistia, citando o parecer da revanchista comissão.
3-
O Exército Brasileiro foi e é ainda um dos grandes culpados do
desarmamento civil, portanto não somente do morticínio de cidadãos
indefesos como do acovardamento geral da nação pela cooperação com o
incentivo a “não resistência”. É muita ingenuidade. Na Amazônia fala em
Estratégia da Resistência, mas como com o povo acovardado? Que guerra
ele quer ganhar? Que tome consciência das consequências do que faz”.
4-É
de uma ingenuidade de estarrecer o internacionalismo dos nossos
governos. Poderíamos ter construído a hidrelétrica de Itaipu totalmente
em nosso território, nas Sete Quedas. Optamos por ajudar o Paraguai com
uma sociedade e deu no que deu. Durante o governo tucano optou-se por
favorecer aos cartéis norte-americanos e no governo petista a financiar
obras em outros países. Agora se pensa fazer uma hidrelétrica no rio
Uruguai juntamente com a Argentina. Será que nunca aprenderemos?
5-Todos
reclamam da queda de preço das ações da Petrobras. Então por que não
recomprá-las? Parece que o George Soros as está comprando.
6-Todos
são iguais perante a Lei, mas os índio são melhores e tem mais
direitos. Aliás os negros também tem seus privilégios, mas os mais
diferenciados são os gays. Sobre esses talvez seja proibido até dizer
que são privilegiados pela Lei.
7-A punição maior para os Juízes condenados por crime ou corrupção é a aposentadoria imediata com vencimentos integrais
A
Presidente está sem noção de “o que fazer”. Isolada, encurralada, sem
base parlamentar nem apoio social, contestada até dentro do PT, com um
novo esqueleto no armário aflorando a cada dia tudo tende a piorar. A
rigor Dilma teria uma chance: fazer uma faxina radical, mas para isto
precisaria de decidido apoio militar para evitar que o Congresso a tire
no mesmo dia que começar a faxina. Esse apoio é difícil de conseguir
mantendo um inimigo das Forças Armadas no Ministério da Defesa.
Os apagões e a Marina
Claro,
o setor elétrico tem outros problemas, mas o seu subdimensionamento e
vulnerabilidade à seca não teria a dimensão atual se sucessivos governos
não tivessem se curvado às pressões do aparato
ambientalista-indigenista internacional, em sua insidiosa campanha
contra o desenvolvimento da infraestrutura física do País, que se
assemelha a uma virtual guerra econômica permanente. No setor
energético, esse aparato intervencionista é diretamente responsável por:
1) atrasos, encarecimentos e até mesmo cancelamentos de numerosos
projetos, principalmente, de usinas hidrelétricas e 2) uma reorientação
nos critérios de projeto das usinas hidrelétricas, reduzindo
drasticamente os seus reservatórios, para privilegiar os chamados
empreendimentos "a fio d'água" - com a consequente redução da capacidade
de armazenamento de água, para fazer frente a secas prolongadas.
É
certo, estamos em meio de uma guerra econômica, mas o inimigo tem
aliados nacionais, uns enganados por uma propaganda eficiente, outros
traidores mesmo, comprados ou não. A principal É a Marina Silva, a
queridinha da casa real britânica. Essa pessoa já causou mais dano ao
nosso País do que os corruptos somados e com a provável queda do Governo
atual pode vir a assumir uma posição onde cause ainda mais dano. Quem
sabe em novas eleições, com o apoio da imprensa internacional venha a
ser a nova presidente.
O interesse nacional tem de falar mais alto.
A
situação é preocupante. Colocados ativistas políticos nos postos chave,
estes aproveitaram suas funções para roubar, roubar para o partido e
para si mesmos. Estes canalhas (na maioria do PT), merecem sim a pena
capital, mas eles, não as empresas, como a Petrobras, que já ficou muito
prejudicada e para piorar a situação o preço do petróleo
segue em queda, provavelmente respondendo também a fatores
geopolíticos. Se o preço cair abaixo de 45 US$ por barril o pré sal
deixa de ser lucrativo.
Com
a instabilidade política atual persiste o assédio para que se
desnacionalizem as poucas grandes empresas públicas e privadas que ainda
lhe restam, sendo o principal ataque , naturalmente, é sobre a
Petrobras e essa campanha encontra eco em pessoas que não enxergam o
prejuízo que isto significaria.
A
Petrobras é a espinha dorsal do desenvolvimento industrial brasileiro. A
cadeia produtiva e comercial do petróleo e do setor naval representa
mais de 10% do nosso produto interno bruto, constituindo a principal
ancora da indústria de bens de capital. É uma
empresa criadora e difusora de tecnologia, de investimentos e de
produtividade que beneficiam toda a economia. Foi graças aos seus
esforços que se descobriu as reservas do pré-sal e é ainda graças à sua
tecnologia original de produção que o Brasil já retira do pré-sal, em
tempo recorde 700 mil barris diários de petróleo, que brevemente
alcançarão mais de 2 milhões, assegurando auto-suficiência e a
exportação de excedente. Entretanto, só o corte de
investimentos previsto, da ordem de 30%, já provocará impacto negativo
de 1 ponto percentual no PIB, sem contar a queda na arrecadação
tributária, aumento do desemprego e outras conseqüências nefastas para
uma economia já combalida. A perda de Know How já é difícil de mensurar.
O prejuízo que causaria a destruição da Petrobrás então seria
inimaginável. O desgaste e a desnacionalização da Petrobrás interessam a muita gente, mas não ao Brasil.
Há
quem esteja convencido de que, sem ruptura institucional completa, não
há esperança de o Brasil deixar de continuar afundando, com a corrupção
desenfreada, mas mesmo para isto não é preciso acabar com a Petrobras e
nem derrubar a economia. Além disto os postulantes parecem ser da mesma
laia, sendo que alguns, para tomar o poder, se declaram simpáticos a
certa privatização mesmo que os novos donos sejam estrangeiros. Esses
são ainda mais perigosos do que os corruptos
Obs: O mundo não para no carnaval
Gelio Fregapani